sábado, 13 de junho de 2009

13 de junho: Festa de Santo Antônio


13 de junho: Festa de Santo Antônio: Fidelidade
Os dois senhores

Digamos, portanto: Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou há de afeiçoar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Lembre-se que a alma tem duas partes, a razão e a sensualidade, semelhantes a dois senhores. Do domínio da razão diz Isaac no Gênesis: Eu o constitui teu senhor e sujeitei à sua servidão todos os seus irmãos. Acontece isto, quando a vontade própria e os sentidos do corpo se subjugam ao domínio da razão. Daí dizer de Jacob, noutro lugar do mesmo livro, a respeito de Judá: Ata à vinha o seu jumentinho, e à videira, meu filho, a sua jumentinha. Judá é o penitente; a vinha, a razão; a videira, a compunção; a jumenta, a sensualidade; o jumentinho, o movimento da sensualidade. Judá, portanto ata a jumenta à videira e o jumentinho à vinha, quando o penitente sujeita a sensualidade com o coração compungido e reprime o seu movimento com o jugo da razão. (....)
Digamos, portanto: Ninguém pode servir a dois senhores. Sobre estes dois senhores há concordância no livro de Tobias, onde se faz menção de Salamanasar e Senaquerib: Deus concedeu graça a Tobias diante do rei Salamanasar, o qual lhe deu permissão de ir aonde quisesse, tendo liberdade para fazer tudo o que queria. Salamanasar interpreta-se pacificador de angustiados e significa a razão. Quando esta reina, pacifica o espírito angustiado, clarifica a consciência, dulcifica o coração, suaviza as coisas ásperas, torna leves as coisas pesadas. Se o homem a serve, encontra graça, torna-se livre, tendo permissão de ir aonde quiser e fazer tudo o que quiser. Ó livre servidão, ó serva liberdade! Não é o temor que faz o servo, nem é o amor que faz o livre, mas antes o temor é que faz o livre, amor que faz o servo. A lei não foi posta para o justo, porque para si mesmo é lei. De facto, tem caridade, vive segundo a razão, e, por isso, vai para onde quer e faz o que quer. Eu, diz o Profeta, sou teu servo e filho da tua serva. Repare-se nas palavras: servo e filho; porque é servo, é filho. Ó suave temor, que dum servo fazes um filho! Ó benigno e verdadeiro amor, que dum filho fazes um servo! Filho da tua serva. Portanto, ó homem, se queres gozar de liberdade, neste o teu pescoço na sua argola, e o teu pé nos seus grilhões. Não há gozo acima do gozo da liberdade. Não podes consegui-la se não meteres o pescoço da soberba na argola da humildade, e o pé do afecto carnal nos grilhões da mortificação. Então poderás dizer: Eu sou o teu servo(....).

- Estas são palavras inspiradas no Senhor!
- Graças a Deus!

(Texto inspirado nos escritos de Santo Antônio)

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