domingo, 3 de maio de 2009

“O Senhor é meu pastor: nada me falta!” (Sl 23)

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 10, 11-18
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
- Glória a vós, Senhor!

- 11“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 12O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. 13Pois ele é apenas um mercenário que não se importa com as ovelhas. 14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. 16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. 17É por isso que meu Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente. 18Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi de meu Pai”.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!



Liturgia comentada

Eu dou a vida... (Jo 10, 11-18)

O Evangelho de hoje contrasta de forma muito expressiva o aspecto agônico (isto é, de combate) da salvação. Nossas almas são uma presa disputada. De um lado, o lobo rapace, voraz, destruidor, imagem do anjo de perdição; do outro lado, o Pastor que cuida de suas ovelhas e quer que elas vivam – e vivam em plenitude.
O contraste é violento: o lobo arrebata e dispersa; o Pastor chama e reúne. O lobo rouba a vida; o Pastor dá a própria vida. O lobo não se importa com as ovelhas; o Pastor conhece cada uma pelo seu nome: trata-se de uma relação personalizada, e não a atitude de um líder que conduz uma anônima multidão.

Todo pastor, missionário, evangelizador deve ter sempre em sua mente o modelo que Jesus nos dá para o trato de seu rebanho: uma permanente solicitude que põe em primeiro plano o “bem” de cada ovelha, a sua salvação. E só um profundo amor pode sustentar anos e anos de dedicação, esforço, abnegação, a ponto de deixar em segundo plano os próprios interesses e comodidades.

É assim na vida de família, onde pai e mãe (e até, às vezes, um irmão mais velho!) também são estabelecidos por Deus como “pastores” de seus pequenos. Se o amor existe, os sacrifícios ligados ao trabalho e à educação serão superados e não servirão de motivos para conflitos e separações. Afinal, os filhos não existem para os pais; ao contrário, os pais é que existem para os filhos e deverão prestar contas a Deus da missão que lhes foi confiada.

Meditando sobre Jesus – o Pastor que dá sua vida (“ninguém a tira de mim!”) -, percebemos que há duas maneiras de imitá-lo. A primeira é aquela que caracteriza os mártires, por meio de um sacrifício cruento, como ocorreu com S. Maximiliano Kolbe, vítima do nazismo na Segunda Guerra mundial. A outra maneira é aquela que, normalmente, nos é oferecida pelo Senhor: um “martírio” a prestações, através dos pequenos sacrifícios de cada dia, que pedem paciência, humildade, perseverança, solidariedade e perdão.

Não nos iludamos. Imediatamente após nossa morte, estaremos diante de nosso Senhor e Juiz. Ele não perguntará por nossas grandiosas realizações, objeto de sucesso e de aplauso humano. Jesus Cristo, por certo, fará uma única pergunta: - “Você cuidou bem dos meus?”

Orai sem cessar: “O Senhor é meu pastor: nada me falta!” (Sl 23)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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